Notícia ESTRADAS
Publicado em: 05/12/2013 ás 09:56:30
Autor: Rui Wolfart/Engenheiro Agrônomo
Fonte: Agrodebate

Os investimentos privados como os da Bunge em Miritituba permitirão que ela movimente já em 2014 cerca de 3 milhões de toneladas de soja, com as condições presentes da rodovia, com cerca de 300 quilômetros sem asfalto. Enquanto isso, mais um “Estradeiro” realizado entre 18 e 22 de novembro pela Aprosoja-MT demonstrou que persistem os problemas detectados nas expedições anteriores: nos mesmos trechos, com as mesmas empreiteiras, com as mesmas falhas dos famosos projetos básicos de engenharia do DNIT.
São os paradoxos geridos pelo mesmo governo e na mesma rodovia. Num sentido as obras não andam e não são concluídas e para o outro é privatizada, trazendo euforia para tantos. Um desdobramento do leilão vitorioso de 851 quilômetros da BR-163, com a modicidade de cobrança do pedágio em R$ 2,638 para trecho de 100 quilômetros por eixo e dos investimentos pesados que serão feitos nela é o de que o governo estadual deverá rever o seu açodamento em privatizar rodovias e que o faz de maneira tão pouco transparente e onerosa aos usuários.
À luz dos R$ 2,638 que serão cobrados na BR-163, qual é a justificativa para os pedágios de R$ 3,90 na MT que liga Ana Terra, Tapurah, Lucas do Rio Verde e de R$ 13 entre Primavera do Leste, Poxoréu e Rondonópolis? Como fica a pretensão de privatizar as MTs entre Jangada e a Itamarati Norte com 221 quilômetros de extensão, cobrando R$ 6,50 a cada 54 quilômetros, em quatro praças de pedágios?
Todas são rodovias de classe inferior à da BR-163 e sem duplicações. Qual é o destino dos bilhões arrecadados com o Fundo Estadual de Transportes e Habitação – Fethab? No meio agrícola e urbano há suspiros de saudades do vigoroso programa das Parcerias Público-Privadas Caipiras – PPPC-, feitas pelo governador Blairo Maggi com associações de agricultores. Tal iniciativa permitiu a construção e pavimentação de 4 mil quilômetros de rodovias a baixos custos, tudo feito de maneira alegre, consentida e transparente, pois afinal quem entrou com todo o dinheiro e ainda a gestão das obras foram os produtores. Só aqui acontecem tais ações. Mato Grosso é singular mesmo.
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