Notícia OPINIÃO: PRESIDENTE DILMA!
A hora é de comparações e análises do que mais relevante aconteceu com a agricultura nas últimas três décadas em Mato Grosso. Se o início foi auspicioso entre os anos 70/80, em seguida vieram os anos de deriva, abandono e cerceamento da produção com limitação ao paralelo 13, enfim os “annus horribilis”. Foram tempos de devastação, desalento e desespero, em que tantos tombaram ou foram ejetados do meio produtivo, ao ponto da região de Diamantino ser considerada um caso perdido na produção agrícola.
Isso aconteceu em 2.000 e a manifestação foi feita por um ilustre prócer político estadual. Resumindo, o pessoal deveria fechar as fazendas e ir embora. Todavia, o brio e a têmpera dos produtores fizeram com que a agricultura avançasse, apesar do horizonte sombrio. Por razões de governo e gestões políticas do setor, de 2.008 para cá houve uma crescente sensibilidade para com as mazelas dos produtores mato grossenses.
Foram tomadas de maneira contínua, decisões de apoiar a produção de milho, através dos mecanismos de comercialização pela Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, garantindo ao menos o preço mínimo do produto. Essa ação de governo permitiu, com o desmascaramento dos dados inflados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA e da crescente demanda chinesa, que a produção estadual começasse a ocupar um nicho de mercado até então suprido basicamente pelos Estados Unidos.
Com esse apoio governamental não só foram garantidas condições mínimas de renda, como também acréscimo de conteúdo tecnológico propiciando incremento de produtividade e condições de uma crescente produção ambientalmente sustentável conferindo, apesar da limitação logística, capacidade competitiva frente aos demais players.
O milho auxiliará de maneira decisiva a segunda grande onda de expansão da produção estadual, pois a inexorável ocupação das áreas de pecuária terá o binômio soja/milho, como garantia da produção sustentável através do plantio direto. Constitui-se num circulo virtuoso, que irá acelerar a agroindustrialização, principalmente em carnes brancas. Não custa repetir que o frango não passa de uma espiga de milho com duas asas, pois 70% da ração consumida são compostos com o produto.
Políticas simples, sensatas e de baixo custo tem o condão de soltar o espírito animal dos empreendedores. Na questão dos modais de transportes é necessário lembrar, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, que é agora e não foi ontem, que o processo começou a andar.
Com menos ingerência do governo e mais liberdade à iniciativa privada, as obras necessárias em rodovias, hidrovias, ferrovias e portos serão implantadas para atender Mato Grosso, que pelas suas dimensões geográficas equivale ao “Corn Belt” americano. Essa é a realidade, essa é a extensão de oportunidades que Mato Grosso oferece ao Brasil, desde que bem tratado pelo governo federal.